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Você já parou para pensar no que acontece com os pneus dos caminhões depois que eles não são mais utilizados? Pois é, os pneus passam por diversos desgastes durante o uso, até que chegam a um ponto em que os danos não permitem mais reparar sua estrutura. Considere também que milhões de pneus são produzidos diariamente em todo o mundo.
Por isso, existe a reciclagem de pneus, um processo que dá a destinação correta a estes componentes tão importantes para os veículos. Saiba mais:
Conheça o ciclo de uso do pneu
Depois de serem fabricados, os pneus são enviados para os pontos de revenda, onde serão comprados por consumidores – que, inclusive, são orientados na hora da compra sobre a forma correta de descarte do pneu. Contudo, com o uso, a banda de rodagem irá se degastar até o ponto para recapagem no caso de caminhões e ônibus. Algumas vezes o pneu terá sofrido danos que não permitirão a recapagem.
Após diversas recapagens, quando o pneu chega ao final de sua vida, eles devem ser descartados. Então, eles deverão ser levados aos pontos de coleta, onde serão retirados e levados para seu destino final: a reciclagem. Nessa etapa, os componentes que podem ser reaproveitados serão reprocessados como matéria-prima ou fonte de energia. É aí que entra a Reciclanip, entidade gestora do sistema de logística reversa de pneus inservíveis. A entidade foi criada em 2007 em uma iniciativa dos próprios fabricantes de pneus, para padronizarem tanto a coleta destes componentes quanto a criação e disposição de pontos de coleta. Clique aqui para acessar o site da Reciclanip e descobrir onde fica o ponto de coleta mais próximo de você.
Segundo dados da Reciclanip, em 2019 foram destinados mais de 50 milhões de pneus de veículos de passeio, enquanto os números deste ano já chegam próximos aos 30 milhões de pneus até setembro de 2020. Enquanto o ciclo normal de um produto envolve sua fabricação, compra e descarte, a logística reversa é o processo em que o resíduo é transformado em algo útil, como se fosse um produto novo.
Assim, a Reciclanip recebe mensalmente os dados da produção dos fabricantes de pneus. Então, a entidade recebe estes dados, e irá realizar o cálculo que vai gerar uma meta de reciclagem, que será reportada para o Ibama.
Dos pneus às soluções ecológicas
A reciclagem dos pneus – e de tantos outros materiais – é uma forma eficiente de dar um destino ecologicamente correto a eles. De acordo com a Reciclanip, os pneus podem se tornar solas de calçados, componentes de gramados e tapetes sintéticos. Felipe Alves, coordenador de Gestão Ambiental na Goodyear, aponta que o pneu pode ser aplicado até mesmo na manta asfáltica das rodovias. “Incorpora-se um pouco de borracha no asfalto. É bom porque, além de reutilizar o pneu, traz benefícios também para a rodovia”, comenta ele.
Tanto as concessionárias, compostas pelas empresas que operam as rodovias, quanto os motoristas saem ganhando: com o acréscimo da borracha, as concessionárias notam um aumento na durabilidade do asfalto. Além disso, esse componente extra confere mais aderência para o pneu no asfalto, o que otimiza a quilometragem e reduz o ruído gerado pelo contato do pneu com o asfalto. A primeira concessionária a utilizar os pneus no asfalto foi a Univias, que aplicou na BR-116 há mais de dez anos. A manta asfáltica já está presente na Rodovia dos Bandeirantes, no trecho entre Campinas e São Paulo, operada pela CCR Autoban.
Mas saiba que isso representa a menor parcela da destinação dos pneus; a maior é representada pelo coprocessamento. Trata-se de um processo onde os pneus são enviados para fábricas – geralmente, aquelas que produzem cimento –, que possuem caldeiras. Deste modo, como a borracha dos pneus tem uma excelente capacidade calorífica, ela é queimada em condições controladas para gerar energia para a fábrica.
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